segunda-feira, 1 de outubro de 2012

eSport, o esporte que vem crescendo cada vez mais no Brasil

ESPORTE

  

NexImpetusGirls no segundo campeonato de Point Blank em Lan House
Foto: Marcelo Rosal
Praticar esportes é uma rotina comum na grande maioria dos brasileiros, mas um esporte diferente vem crescendo cada vez mais no país do futebol. Estamos falando do “eSports ou cybersports”, esportes eletrônicos em tradução.

Você já se imaginou praticando um esporte com um joystick na mão? E com um mouse, fone de ouvido e um teclado? Parece brincadeira de criança para a maioria, mas para alguns é uma profissão séria. Os
esportes eletrônicos tiveram um crescimento bastante significativo nas últimas duas décadas no Brasil, tornando-se uma profissão sonhada por jovens de todo o mundo.

No fim dos anos 90 a internet e os computadores, de modo geral, começaram a ser mais acessíveis no país fazendo com que as Lan Houses se tornassem um fenômeno entre crianças, jovens e adultos. Com isso, os jogos em rede se disseminaram por todas as Lans do Brasil. No começo dos anos 2000 surgiu o jogo “Counter-Strike” ou “CS” como é popularmente conhecido. CS é um jogo de tiro em primeira pessoa (FPS – First Person Shooter), onde os jogadores são divididos entre Terroristas “TR” e Contra terroristas “CT”. O objetivo dos TR’s é plantar uma bomba “C4” em um determinado local do mapa e os CT’s têm que desarmar ou impedir que a C4 seja plantada. O jogo se tornou o mais jogado da época em todo o mundo, chamando a atenção de empresas interessadas em patrocinar equipes e investir em campeonatos.

Com o passar do tempo, o Counter-Strike deixou de ser apenas um jogo de passatempo para se tornar uma profissão no mundo dos esportes eletrônicos, mas também outros jogos como Pro Evolution Soccer, Fifa, Starcraft, entre outros. Nos últimos anos o interesse neste meio aumentou consideravelmente, fazendo com que mais empresas do mundo da informática patrocinassem times de diferentes jogos como a Razer, Corsair e SteelSeries.

No Brasil, atualmente, os games mais jogados são Counter-Strike 1.6 / Global Offensive, League of Legends, Starcraft II e Point Blank. Nós procuramos um time profissional de Point Blank para uma breve entrevista para saber como funciona a profissionalização deste esporte. A equipe entrevistada foi a Nex-Impetus Girls, um time formado apenas por mulheres que contam com o patrocínio das empresas Corsair e Nex Impetus.

 Abaixo estão as integrantes do clã Nex Impetus Girls:

-Igraine “igsLegalize” Sanabio Teixeira, 16 anos, Minas Gerais
-Karine “KahS” Santana, 17 anos, Rio de Janeiro
-Letícia “Leh1RT” Nascimento, 15 anos, Rio Grande do Sul
-Maíra “MairaLyL” Passini, 23 anos, São Paulo
-Paola “bsz1RT” Caroline da Silva, 15 anos, São Paulo


Camanga: Como vocês decidiram começar a jogar um FPS?
Nex Impetus Girls: Começamos a jogar por indicação de amigos.

Camanga: O que levou vocês a jogarem mais para competir que simplesmente para diversão?
Nex Impetus Girls: Com o passar do tempo vimos que jogar pelo lado competitivo é bem mais divertido do que jogar por jogar. Mostrar que mulheres também podem jogar e jogar bem foi algo que nos motivou a competir contra os homens.

Camanga: Como é o competitivo do Point Blank?
Nex Impetus Girls: A parte feminina é praticamente inexistente, infelizmente. Nós gostaríamos que existissem mais times femininos para competir. Os times surgem e acabam muito rápido. Mas em geral é muito bom, estamos sempre correndo atrás de participar dos campeonatos.

Camanga: Vocês são patrocinadas pelas empresas Nex Impetus e Corsair. O que essas empresas oferecem ao time?
Nex Impetus Girls: A princípio eles nos apoiam em mobilidade para ir a campeonatos em outros estados já que todas moram longe uma da outra. Mas posteriormente receberemos equipamentos também, como mouse, fone e teclado.

Camanga: Como é a preparação de vocês no dia-a-dia, rotina de treinos, etc.? Perto de campeonatos o que muda?
Nex Impetus Girls: Treinamos geralmente nas terças e quintas, já que nós não vivemos apenas de Point Blank. As meninas estudam e algumas trabalham então estamos jogando sempre pelo turno da noite. Às vezes algumas faltam aula e trabalho, risos. Perto de campeonatos focamos muito em alguns mapas, insistimos em táticas e aumentamos a rotina de treinos.

Camanga: Como vocês enxergam o crescimento do eSport no Brasil? Acreditam que algum dia terão como se sustentar apenas jogando Point Blank, como acontece muito em jogos como League of Legends e Counter-Strike por exemplo?
Nex Impetus Girls: Hoje em dia o eSport está tendo muito mais reconhecimento. Podemos ver que bastantes times estão com patrocínio. As empresas estão abrindo os olhos e vendo que esta é uma área que realmente vale a pena investir e é um meio que vende bastante.


Shizuo Alves e Igor Bruno

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